quinta-feira, 26 de março de 2009

Performance e Hertzberger



A essência da performance de nosso grupo era mostrar que muitas pessoas, inclusive nós mesmos, transitam pelos espaços sem percebê-los de fato. Tratam-se apenas de atos mecânicos. Um passar por uma casa antiga, bem conservada, sem atentar para seus detalhes tão bem trabalhados... O andar por praças e parques sem sequer observar a vegetação que os enriquecem... O subir e descer uma escada sem perceber a obra verdadeiramente escultural que ela é.

Entretanto, a transformação de um ambiente ou a contribuição pessoal de alguém pode trazer um envolvimento mais intenso não apenas dela, mas também de terceiros que, por ali passando, têm seus sentidos despertados por essas alterações. Ambientando tudo isso em nossa performance, percebe-se que o toque de papel crepon executado por duas pessoas que sentiram a necessidade de tornar aquele espaço mais "seu", afetou também outros que passavam pela escada e pelo hall. Isso é evidenciado pelas pessoas que realmente desconheciam que se tratava de uma performance e que, ao transitar pelo hall, tinham suas feições ou mesmo seus percursos alterados pelas mudanças ocorridas naquele ambiente, seja pelo número de pessoas que ali estavam, seja pelo verde acrescentado à escada.
Relacionando Hertzberger, nossa performance e a nova realidade como alunos da Escola de Arquitetura da UFMG, percebemos que um espaço ou elemento arquitetônico deve abrir espaço para que possamos torná-lo "nosso", permitir que deixemos de ser usuários, que deixemos apenas de subir e descer suas escadas, porém possamos nos sentir responsáveis por ele e tê-lo como nossa segunda (ou primeira...) casa.


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